12.5.14

sopa

quero curar essa sua amargura
esse medo de ser abandonado
largado, estilhaçado por dentro
inspira-lo a escrever textos tão lindos
ensina-lo a olhar no fundo dos olhos
daqueles que querem o teu bem
e não os teus bens
mas não permitirei que desconte em mim
aquilo que sofreu com outros corpos
prometo não transferir também as minhas mágoas
beijo as tuas cicatrizes, cuide bem das minhas
não somos nós os impermeáveis
você acha que é o único machucado
e defende-se por trás desse desinteresse
eu nunca mandaria você embora
já que chegou tão longe, sei lá eu se já é um hábito
não teria graça se fosse perfeito
nem se fosse também tão bonito por dentro
as tuas sombras ornam com as minhas
o que fizemos é mais gostoso que coxinha
esquece aquele pequeno
vem descobrir como sou grande
mas nada te darei de mãos beijadas
se não olhar minha timelinda
continuará aí, chateado
deixa de ironia, esquece essa soberba
vamos descobrir juntos se vale a pena

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